17 de fevereiro de 2011

Da solidão

Tirei os olhos e os dedos do teclado, e olhei para a janela enquanto bebia água. Do outro lado da rua, numa janela da casa em frente, uma velhinha olha para a rua. Olho também mas não se passa nada nesta rua, além da normal circulação de carros e pessoas. Imagino logo mil cenários melodramáticos, “se calhar vive sozinha, coitada”, “não deve ter com quem conversar”. Claro que, se calhar, é só mania minha, até pode estar à espera do filho ou neto ou sabe-se lá quem...mas incomoda-me o estar sozinho, o ser sozinho. O ser sozinho que faz não querer ver os programas da tarde que passam na televisão, o ser sozinho que faz não querer estar no sofá a fazer mantas e toalhas de renda, o ser sozinho que faz preferir vir para a janela ver os desconhecidos que passam.
Faz-me impressão, a solidão. E muito medo.

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