20 de junho de 2011

desnaturadas

Está visto que nunca poderemos ser mães. Ou vá, para não ser tão cáustica, nunca poderemos ter uma hortinha ou um canteiro com florezinhas bonitinhas... Deixamos tudo ao abandono e de repente lembramo-nos que oh deus, deixei o ferro ligado!, ou o blog desactualizado.
Nestes três meses de silêncio mudei de casa e arrumei o primeiro ano de mestrado. Acho eu, pois ainda falta saber a nota de 3 cadeiras... Mas ai do mundo se me reprovam, porque já ando pelos cabelos com aquelas pessoas, trabalhos e conhecimentos.

Mudei de casa, para um verdadeiro ninho do amor. Sim, sou oficialmente uma pessoa "junta", como se diz na minha terriola. Estou junta com o rapaz.
E não contentes com o sucedido, ainda arranjamos um cão. E, claro está que sou desnaturada para o cão (muito pela falta de tempo) e felizmente o rapaz trata-o bem.

E assim sendo, arranjei aqui e já uma moral fast food para este nosso regresso: temos de perceber quais os nossos defeitos e encontrar a pessoa que os possa colmatar. E assim... tentar ser felizes! Foi fraquinho, mas prometo que da próxima me esmero mais. Desdesnaturarizar-me.

16 de março de 2011

17 de fevereiro de 2011

Da solidão

Tirei os olhos e os dedos do teclado, e olhei para a janela enquanto bebia água. Do outro lado da rua, numa janela da casa em frente, uma velhinha olha para a rua. Olho também mas não se passa nada nesta rua, além da normal circulação de carros e pessoas. Imagino logo mil cenários melodramáticos, “se calhar vive sozinha, coitada”, “não deve ter com quem conversar”. Claro que, se calhar, é só mania minha, até pode estar à espera do filho ou neto ou sabe-se lá quem...mas incomoda-me o estar sozinho, o ser sozinho. O ser sozinho que faz não querer ver os programas da tarde que passam na televisão, o ser sozinho que faz não querer estar no sofá a fazer mantas e toalhas de renda, o ser sozinho que faz preferir vir para a janela ver os desconhecidos que passam.
Faz-me impressão, a solidão. E muito medo.

16 de fevereiro de 2011

Ervas daninhas

O que fazer com as ervas daninhas do nosso jardim? Jardim que cuidamos com tanto carinho e mimo, e ao qual dedicamos minutos preciosos da nossa atarefada vida. E de repente, eis que surgem elas. Indecentes, implacáveis, indisponíveis para negociarmos um equilíbrio, a corroer todas as flores e todos os encantos que construímos.

uva.

14 de fevereiro de 2011

te echo de menos

É que Deus fez a cabeça em cima do coração
Para que o sentimento não ultrapasse a razão

Marcelo, meu querido, gosto muito do teu D2, mas tenho de discordar neste ponto. É pelo sentimento que vivemos, pelas experiências, pelas pessoas. A razão apenas está cá a atrapalhar!


11 de fevereiro de 2011

Estas coisas que me inquietam...


Esta coisa de ser mortal, de se envelhecer, do tempo passar e não voltar nunca mais tem muito que se lhe diga.
Perante estes factos assustadores, como é que nos mantemos saudáveis a nível psicológico quando tomamos alguma decisão importante? Eu, que tenho um "quê" de tresloucada, perco noites (*drama queen alert*, não são noites, são minutos antes de adormecer solenemente) a pensar nisto. E entro um poucoxito em pânico. Há algum seguro contra arrependimentos?

PIOR QUE TUDO ISTO é existir um documento que valida os meus traumas pré-existentes. A minha avó compra todos os anos uma espécie de almanaque. Às vezes é um chamado "O Seringador", e outras é um outro cujo nome não me recordo agora. Ora então, esses livretes trazem informação dos Santos que abençoam todos os dias do ano, das alturas ideias para as colheitas e o camandro e, aquilo que realmente interessa ao mulherio, horóscopos.

Mas não é um horóscopo qualquer que descreva o maravilhoso ano que vamos ter em toda e qualquer área da vidinha. É somente uma descrição da pessoa que nasceu sob o signo tal, diferenciado por género. E pois que eu, que até achava que me safava neste mundo de gente má e incompetente, descobri que vou acabar uma velha solitária, melancólica, perdida nos amores vividos e não vividos.

Posso desesperar já ou devo esperar pelas peles caídas?

uva.

9 de fevereiro de 2011

amanhã trabalho menos

Estou perdida de irritação. (E agora começo a achar que só cá venho maldizer dos factos da minha vida, mas vá, aguentem só mais este desabafo e prometo que a minha seguinte intervenção será um elogio ao amor ou a coisa que o valha)

Às vezes tento psicanalisar-me e chego a conclusões interessantes. E hoje, cheguei a esta:
Em dias agitados, em que trabalho imenso, produzo imenso, realizo imenso, aprendo imenso, falo imenso, fico perdida de irritação. 

O meu cérebro já fez tanto exercício que as coisas mais vulgares e simples se tornam demasiado pesadas de aguentar. Atenção, não é de resolver, é mesmo de aguentar. Fico possessa com perguntas idiotas, com gente idiota, com as injustiças e as pequenezas da vida! É nestes dias agitados que sinto que era capaz de mudar o mundo, de escrever reclamações em tudo que é sítio, de berrar na cara de alguém as coisas que ainda ninguém teve coragem de lhe dizer.

Plano para esta noite: dormir o tão merecido sono, não de beleza, mas de paz com o mundo. É que é certinho!

uva.

8 de fevereiro de 2011

Sobre nós

Ora, porque não queremos que achem que este blogue é bipolar, dado o conteúdo extremamente antagónico dos dois posts abaixo, e considerando a sanidade mental de quem nos lê, decidimos apresentar-nos! Sim, “nos” porque somos na verdade três mulheres! A partir de agora, os textos serão assinados por cada uma de nós. Os nossos nomes, é claro, são vernizes! E cada uma de nós descreveu outra…Pois então muito prazer, sim?

Com um sentido de humor apurado e uma boa disposição contagiante, Uva é uma mulher moderna que sabe o que quer. É arrojada, prática e vai directa ao assunto. Vive o presente, porque não sabe bem o que o futuro lhe reserva. Conta com as amigas para a aconselharem em decisões difíceis, mas decide sempre sozinha. Não é a típica mulher problemática, que tudo complica e que com tudo implica. Com Uva o momento é de relax, diversão e muita festa. E ninguém lhe fica indiferente, ninguém se esquece de alguma vez ter estado com ela. O seu coração está bem arrumado, embora o futuro só a Deus pertença. Bem no fundo, é uma princesa que, como todas nós, sonha ser protegida e amada pelo seu príncipe encantado.

(descrita por La Boheme)

Gabriela nunca sabe o que quer. É a "para sempre insatisfeita" e a "para sempre em busca daquela paixão que a vai arrebatar". Pensa demasiado, questiona demasiado, calcula demasiado, e raramente se deixa levar pelo momento por si só, porque concluiu de antemão que aquele momento não vai ser "o" momento. Dança até amanhecer, come até não ter mais espacinho nenhum, viaja e sonha que viaja. Vive intensamente e contagia quem a acompanha. Finta a tristeza. É a verdadeira sonhadora, aquilo que todas devíamos ser. Porque nenhuma de nós merece viver menos que um conto de fadas.

(caracterizada por Uva)

La Boheme é extremamente apaixonada e romântica mas, como qualquer mulher, o coração às vezes balança um pouquinho e surgem-lhe algumas dúvidas. Mas, bem lá no fundo, sabe bem o que quer, é decidida e ambiciosa (e aqui já passamos para outras áreas). Bastante prática, se o preto é preto para quê complicar? É um ovo Kinder: às vezes é uma durona mas depois tem uma surpresa lá dentro: um doce que só visto, muito meiguinha!  O humor tem uma pitadinha de negro e outra tanta de sarcástico…resumindo, não querem ser inimigos dela, hã? Quando gosta defende e protege. Bastante decidida (já referi?) mas também a delicada sonhadora que só quer um amor ideal, com muito miminho e para todo o sempre.

(adjectivada por Gabriela)

Uma desgraça nunca vem só

As Segundas-feiras são um dia muito complicado. Normalmente ao Domingo à noite panico porque vai começar uma semana inteira de trabalho e começo sempre a semana mais cansada do que a termino, por causa dos desvarios do fim-de-semana. E há bocado lembrei-me que a próximo dia-da-semana-cujo-nome-não-deve-ser-pronunciado coincide com…o Dia dos Namorados!

Ui, que isto promete! Um dia destes faço um post relativo a esse fatídico dia…mas ainda não acumulei ódio suficiente para o escrever. Pode ser que amanhã já dê, depois de passar pelas duas floristas aqui da rua com rosas vermelhas e ursinhos carinhosos na montra.

Sei o que quero?

Sinto-me bem contigo, apetece-me ficar contigo horas a fio a rir e conversar sobre tudo e sobre nada. Sobre o tempo, sobre as tuas histórias de amor, sobre o que me preocupa e sobre as cores da parede que está à minha frente. E, entretanto, apetece-me abraçar-te, dar-te beijinhos, num carinho inexplicável que me torna uma pessoa melhor. Quando não estou contigo sinto a tua falta. E aí fico baralhada, sem saber muito bem que bocadinho do meu coração vens preencher. Depois caio em mim e sei que somos apenas amigos. Bem no fundo, não sei o que quero, mas sei que me sinto bem contigo. E que já tenho saudades tuas.