28 de dezembro de 2010

8h00

8 horas da manhã e sou injustamente retirada do mundo dos sonhos. Estico o braço para alcançar o malfadado zumbido ensurdecedor. 8 horas e faço contas: quanto tempo demoro a lavar o cabelo? Quanto tempo demoro a escolher a roupa? Por que não a escolhi ontem à noite? Por que é que não sou mais organizada? Tenho mais 10 minutos de sossego. Não mais que 10 minutos - juro para mim mesma. E eis que, quando dou a última bendita volta nos lençóis quentinhos... o encontro. Não estava sozinha no mundo dos sonhos. E agora só me restam 9 minutos para o abraçar, para sentir o seu calor, o seu cheiro, o seu respirar... 8 minutos e só quero acordá-lo, dizer-lhe que temos de aproveitar estes minutos que nos restam, que um dia de trabalho é demasiado longo para o aguentar longe dele. 7 minutos e não, tenho a certeza que não sabe o quanto me custa a sua ausência, ter de lhe falar por mensagens, limites de caracteres de um sentimento que é tão mais que infinito. 6 minutos e ele desperta do sono, será que me ouviu os pensamentos? Abraça-me e dá-me um beijo sonolento na testa. Só 5 minutos para permanecer neste Paraíso. 4 minutos e ouço os vizinhos no andar de cima. Porque raio não pode o mundo parar? Tudo parar, tudo deixar de existir, apenas eu, nos braços dele, no calor dele, no sonho dele. Inspiro profundamente e já só faltam 2 minutos para as 8 horas e 10 minutos. Beijo-lhe o pescoço e desejo que me ame como o amo, que a separação que se vai iniciar dentro de 60 segundos seja rápida e indolor, que regresse rapidamente a paz que é dormir ao lado dele.

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